Visões do Vazio – de conteúdo.
Olá Azeroth!
Hoje vamos falar do patch 8.3, que foi lançado agora dia 14/01, sendo o último patch de conteúdo da Expansão Battle for Azeroth.
N’Zoth lança seus assaltos pelo mundo (leia-se aqui apenas onde existem instalações titânicas, como Uldum e o Vale das Flores Eternas). Sua influência mental assola os 4 cantos de Azeroth.
Existe uma pilha de perguntas sem respostas até então no enredo da Expansão. Abre-se um portal para Ny’alotha, a Cidade Desperta.
O cenário para o início do patch era bastante promissor, havia uma vasta quantidade de questões para serem exploradas no último patch e tentar fechar BfA com um pouco de dignidade.
Era promissor.
No entanto, desde o dia 14, os jogadores tem enfrentado um conteúdo cheio de bugs, inacabado, com itens não traduzidos, habilidades que não funcionam, itens que não dropam e algo que a própria Blizzard havia dito que não exploraria mais com intensidade, o grind.
Ah, todo MMORPG vive de grind, você deve estar pensando e eu concordo. No entanto, o grind que foi imposto no patch, além de monótono, tedioso e absolutamente procrastinatório, te afasta do conteúdo final no qual ainda reside um pouco de qualidade e portanto, tem apenas uma única função.
Enrolar os jogadores até setembro de 2.020. Sim, meus amigos, o patch 8.3 é apenas um tapa-buraco até Shadowlands. Como eu havia dito anteriormente, a expansão terminou com a morte de Saurfang na frente de Orgrimmar. Ali já poderíamos ir direto para o patch pré-expansão e seguir em frente.
O conteúdo do 8.3 é pequeno e não há, além de uma sequência de missões iniciais extensa, um conteúdo dinâmico atraente que seja capaz de entreter a comunidade adequadamente.
O sistema de assaltos é amarrado pelo baixo índice de drop dos itens de quest, pelo baixo respawn dos adds das missões e pelos limites impostos para aprimoramento do manto lendário.
Aliás, o manto lendário é um capítulo à parte. Nós teremos 9 meses para upar um manto que sequer estava nos planos da expansão. Não existe nenhum tipo de identificação do jogador com o item, afinal de contas ele é apenas um trapo costurado com as escamas da Onyxia e do Nefarian, às pressas, pelo Wrathion.
Como a Blizzard consegue chamar de lendário um trapo feito na correria para tentar conter o controle mental do N’Zoth? Se fosse uma manto-artefato, que tivesse de ser aprimorada para funcionar melhor, seria muito mais compreensível.
Mas, lendário? Lendária é o Manto de Pandária, cujo efeito visual a Blizzard não liberou junto com a transmogrificação, justamente para não ofuscar o Manto Lendário atual.
O que se salva no patch são as Visões Horrendas. Sim, esse é um conteúdo interessante. Elas representam um desafio dinâmico e interessante para os jogadores, porém o acesso às mesmas é dificultado pelo grind.
Você não pode se dar ao luxo de testar estratégias nas Visões e nem de errar muito, pois um erro representa um duro castigo: Mais grind, ou ficar para trás na evolução do manto.
Isso tudo para não falar da lore do patch. O final da expansão é tão melancólico quanto é possível, sendo absolutamente decepcionante.
Sem tocar em spoilers para quem ainda não raidou em Ny’alotha, temos duas semanas de patch e a maioria das questões inacabadas na expansão simplesmente foram ignoradas. A missão que fala da Calia Menethil é lacônica e não explica nada sobre o futuro dos renegados.
Explorar Ny’alotha e invadir os domínios de um deus antigo prometia ser algo bastante enriquecedor, tendo em vista que sempre houve enorme curiosidade sobre eles, porém o fim de N’Zoth é, para não dizer o óbvio, frustrante.
Não tivemos mais notícias do Vol’jin, cujo item de missão continua no banco. Não tivemos um desfecho para os renegados, para Tyrande, para Sylvana. Tudo foi empurrado com a barriga para Shadowlands.
Se Shadowlands não for inovador e abalar o mundo do MMORPG, World of Warcraft® corre sério risco de perder mais população ainda.
Sem parecer apocalíptico, o cenário é de extrema incerteza para o futuro, essa qual plantada pela própria Activsion-Blizzard, quando demitiu em torno de 800 funcionários da franquia para exclusivamente aumentar a margem de lucro.
O ano de 2019 foi o ano de maior arrecadação da história do World of Warcraft, verdade seja dita, muito por decorrência do hype do lançamento do WoW: Classic.
Só que esse hype já passou e o esvaziamento do sistema já é uma realidade. O Classic já está estagnado em conteúdo e a comunidade está se diluindo em outros jogos. No entanto, não dá para falar em legado do Classic em termos de receita para melhoria na qualidade do desenvolvimento do World of Warcraft.
Isso porque ao invés da receita obtida com ele ser revertida em qualidade, vimos o contrário. O conteúdo entregue do patch 8.3 é cheio de bugs, coisas incompletas e o pior, o patch 8.3.5, cujos dados já haviam sido data-minados, foi sumariamente cancelado.
Ou seja, a Blizzard concentrou o esforço que lhe resta em Shadowlands e abandonou o fim de Battle for Azeroth à sua própria sorte. Como o desenvolvimento está atrasado, não devemos mais ver grandes mudanças até setembro.
Só espero que a raide Ny’alotha consiga entreter a comunidade e manter uma população razoável nos servidores até lá. Veremos isso em pouco tempo.
Eu quero acreditar que as próximas semanas virão com liberação de novos capítulos do enredo, finalizando pelo menos as questões políticas levantadas no fim da Quarta Guerra.
Eu quero acreditar que o fim do capítulo dos renegados vai liberar as duas últimas raças aliadas da expansão, relacionadas à queima de Teldrassil, sendo os Elfos Noturnos Renegados e os Renegados forjados pela luz.
Eu quero acreditar que a nova Rainha dos Renegados será a Calia Menethil e o Derek Proudmore vai liderar os Renegados forjados pela Aliança.
Seria pedir demais?
Fico por aqui na esperança que o bom senso e a criatividade da Blizzard ressurjam das Terras Sombrias.